Violência contra a Mulher

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no 11º Anuário de Segurança Pública, divulgou dados estarrecedores no que diz respeito às mulheres, entre eles, 49.497 casos notificados somente de estupro em 2016.  Fato que pode ser facilmente observado quando ligamos a televisão ou olhamos os sites de notícias, onde percebermos que a quantidade de crimes que vitimizam as mulheres (sejam adultas, adolescentes ou crianças), vem crescendo exponencialmente. Tudo isso nos faz pensar sobre os fatores que levam a prática da violência contra a mulher no Brasil e por que a violência contra a mulher não diminui.

Muitas pessoas poderão dizer que isso ocorre por conta da cultura do machismo, outras colocarão a culpa na própria mulher, algumas ainda dirão que isso é natural e que mulher é considerada o “sexo frágil”.

Talvez a cultura do machismo faça sentido se acreditarmos que, numa sociedade em que homens e mulheres são criados, em sua maioria, por mulheres, que, muitas vezes educam seus filhos de forma que as ideias machistas e sexistas se perpetuem. Às vezes, os pais fazem isso sem perceber, quando compram bola para o menino brincar na rua e boneca para a menina brincar dentro de casa e já aprender que “mulher foi feita para ser mãe”. O machismo, por si só, justificaria a violência doméstica?

Quando a moça sai na rua com uma roupa curta, ou muito maquiada, alguns dizem que ela está “querendo chamar atenção”. Em nenhum momento, essa moça pensou “vou sair assim porque quero ser estuprada”. Sua vestimenta seria motivo para o assédio ou violência sexual?

O fato de a mulher ser considerada sexo frágil deveria dar ao homem a sensação de querer proteger e não de violentar, agredir ou denegrir a imagem dela. O “sexo frágil” é motivo para a violência?

Não! Nada justifica a violência contra a mulher. Nenhum argumento, nenhuma cultura, nada pode autorizar alguém a cometer esse tipo de violência. Tanto é que os autores do fato tentam se justificar dizendo que “ela me provocou” ou “ela pediu isso”, ou ainda dizer que não fizeram nada, porque “ela é louca”.

A situação é muito pior que a mostrada nos dados, pois, muitas mulheres não chegam a denunciar. A revitimização, que ocorre nos órgãos públicos que as atendem, a dependência financeira, a vergonha, o medo… Tudo isso passar a serem impedimentos para não denunciar.

É preciso chamar a atenção para os dados expostos no anuário e buscarmos formas de prevenção e que contribuam com a mudança de comportamento dos agressores. É preciso ativismo de todos para deliberarmos sobre políticas públicas de prevenção e erradicação da violência, investimentos em segurança e políticas. É preciso dar um basta na violência contra a mulher.

 

DENUNCIE!

DISQUE 180!

 197 POLÍCIA CIVIL

190 POLÍCIA MILITAR

#16diasdeativismopelofimdaviolênciacontraamulher

25 de novembro – Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres

 

Andrea Guirra

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