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VOTAÇÃO DA TERCEIRA MOSTRA DE VÍDEO ESTUDANTIL ABERTA!!!!
Mediante a prorrogação das inscrições, a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a mulher comunica a prorrogação da divulgação dos cinco vídeos selecionados por categoria para o dia 17 de outubro de 2016, segunda-feira.
Comunicamos a prorrogação das inscrições da Terceira Mostra de Vídeo Estudantil sobre Violência Doméstica contra a Mulher até a próxima terça-feira (dia 04 de outubro de 2016), impreterivelmente. As inscrições deverão ser feitas na Sede da Rede de Frente, na Delegacia Especializada de Defesa Mulher, das 13 às 18 horas.
Atenciosamente,
Andrea Cristine O. C. Guirra – Presidente da Rede de Enfrentamento
Hellen Uliam Kuriki – Vice Presidente da Rede de Enfrentamento
A violência doméstica praticada contra a mulher deixa feridas emocionais. As feridas emocionais não são perceptíveis a olho nu como escoriações e hematomas, mas são visíveis no fundo dos olhos, dentro da alma. As feridas são percebidas nos olhos da mulher vítima de violência doméstica como uma tristeza profunda, um olhar assustado, uma evitação no olhar e a aparência de uma pessoa triste. Muitas vezes a tristeza é disfarçada pela maquiagem ou atrás de um óculos escuro, o disfarce tenta encobrir os lábios trêmulos, as mãos frias e a angústia que arde no seu peito.
A violência psicológica pode começar de uma forma muito sutil, dificilmente compreendida por uma pessoa leiga, por meio da desconfirmação psicológica – um processo em que o agressor por diversas vezes diz a mulher: “Você está louca!”, “Isso é coisa da sua cabeça.”, Você está vendo coisas que não existem.”, “Você distorce os fatos!”. O agressor semeia dúvidas e incertezas na cabeça dela e ela começa a se sentir insegura e confusa, desconfiando dos seus próprios sentimentos, percepções e interpretações de fatos ocorridos no relacionamento.
O agressor percebendo que deixou sua vítima confusa e insegura a obriga a pedir desculpas ou reconhecer que era ela que estava errada, ele sente que está no controle da situação, que é ele quem comanda o que ela pensa, sente e interpreta fatos. O agressor convencido de seus superpoderes de dominação da vítima menospreza a mulher fazendo-a se sentir estúpida, burra e incapaz, sem força para reagir se submete a uma convivência baseada na crença de que “ruim com ele, pior sem ele”.
A mulher vítima da violência psicológica se sente desacreditada, humilhada e desvalorizada, passando a sentir as dores das feridas emocionais no cárcere da sua própria alma, cheia de dores emocionais e sem condições de cuidar das feridas, vai sendo consumida pelo sofrimento psicológico. O sofrimento psicológico leva a vítima ao adoecimento psíquico desenvolvendo transtornos de ansiedade, depressão, personalidade até quadros esquizo afetivos, ou seja, o agressor desconfirmando a vítima a fez acreditar que estava ficando louca e ela adoece perdendo a autoestima e autoconfiança. A mulher vítima de violência doméstica não é apenas aquela que foi estuprada e/ou agredida fisicamente, mas também, pode ser aquela que sofre sozinha com feridas que só ela pode ver.
Autor: Eduardo dos Santos Vieira – Psicólogo
Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos – Mato Grosso
É inevitável quando refletimos sobre violência doméstica contra a mulher referenciarmos à violência do tipo física, pelo fato desta ser visível através de um olho roxo ou de um braço quebrado. E de fato a violência física é a mais frequente, tanto que de acordo com o Mapa da Violência de 2015 48,7% de mulheres atendidas pelo SUS no Brasil apresentaram sinais e sintomas físicos. Em segundo lugar, 23% das mulheres atendidas foram vítimas de violência psicológica.Esses números nem chegam perto da realidade, afinal o número de mulheres que procuram ajuda ainda é pequeno.
A maioria delas não se dão conta que estão em situação de violência. Geralmente as agressões são iniciadas de maneira bem sutil, quase imperceptível através da VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: quando o marido finge estar indisposto para sair, desejando afastar a esposa dos familiares dela; quando o namorado faz chantagem para que ela não saia de casa com determinada roupa; quando os dois se casam e ele determina que possuam uma conta no Facebook juntos e escolhe quem serão seus amigos; quando ele reclama do corpo dela e a humilha comparando com o corpo de outras mulheres que ele considera mais bonito; quando ele não deixa a namorada sair com os amigos por ciúmes e controle, entre outros.
Quando a mulher percebe estar sendo vítima de violência psicológica, acredita que poderá ajudar o companheiro a mudar suas atitudes. Com o tempo suas forças são consumidas pela tentativa de reconstruir a união e pela própria violência que em sua maioria evolui para violência moral, física, patrimonial e sexual.
Temos a Lei Maria da Penha, temos Delegacia da Mulher, temos Rede de Enfrentamento, temos informação e ainda temos mulheres sendo agredidas? Porquê?
Muitas mulheres cresceram em situação submissa à figura masculina e acreditam que são culpadas pela violência sofrida…
Muitas mulheres foram educadas em um modelo familiar violento (maus-tratos, abuso na infância e abandono…
Muitas mulheres não possuem apoio familiar para romper o ciclo de violência…
Muitas mulheres não aprenderam a se amar e amam mais o outro que a si mesmas…
Muitas mulheres são dependentes financeiramente e até emocionalmente dos seus parceiros levando à impotência em lidar com a situação de violência…
Muitas mulheres são presas à crenças tradicionais que a impedem de ser donas do próprio destino…
Enfim, precisamos discutir sobre violência psicológica e moral a fim de trazer aos espaços públicos visibilidade ao tema e empoderamento às mulheres que sofrem e não possuem clareza que são vítimas.
Autora: Michelle Moraes Santos – Assistente Social Ministério Público do Estado de Mato Grosso/Comarca Barra do Garças
Foi dada a largada!!!
Os membros da Rede de Frente estão visitando escolas municipais e estaduais (públicas e privadas) para divulgação da Terceira Mostra de Vídeo Estudantil. Na oportunidade esclarecemos aos/às professores/as e alunos/as os tipos de violência doméstica contra a mulher que deverão ser abordados na produção do vídeo e as regras do edital.