Rede de Frente em parceria com a Univar realiza evento em acolhimento às mulheres nesta quinta-feira

Nascida em 2013, no auditório das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia, durante a semana acadêmica do curso de Serviço Social, a Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia – REDE DE FRENTE, desde o início teve ligações fortes com a Instituição de Ensino Superior.

Uma parceria que cresce constantemente na luta contra as agressões ao sexo feminino, busca efetivar na região do Araguaia, sobretudo, uma política de prevenção aos índices de violência doméstica.

Nesta terça-feira (25 de setembro), foi realizada nas dependências da Univar, uma coletiva de imprensa cujo o intuito é divulgar o próximo evento que será realizado por essa parceria.

Estiveram presentes Andrea Cristine Oliveira Costa Guirra, investigadora de polícia na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Barra do Garças e presidente da Rede de Enfrentamento, Hellen Uliam Kuriki, promotora de Justiça e Leci Koch coordenadora do Núcleo de Políticas Sociais da Univar. As profissionais receberam os meios de comunicação, a fim de convidar as mulheres de Barra do Garças, Pontal do Araguaia e Aragarças a participarem das atividades realizadas na próxima quinta-feira (27 de setembro), à partir das 13h30. 

A iniciativa consiste na oferta de diversos serviços especializados às mulheres, em especial, àquelas em situação de violência ou vulnerabilidade social, desenvolvidos em um único espaço, com o objetivo de aproximá-las da Rede de Atendimento local e contribuir para a redução dos danos causados por um relacionamento abusivo e para ruptura do ciclo de violência.

Serão ofertados atendimen

tos jurídicos pela OAB de Barra do Garças, informações sobre prevenção ao câncer e procedimentos de encaminhamentos aos portadores da doença para centros especializados pela Associação Barra Mamma, a Secretaria de Assistência Social juntamente com o CRAS e o CREAS com orientações à população sobre projetos sociais. Os cursos de Estética e Cosmética, Farmácia, Nutrição, Enfermagem e Psicologia da Univar também estarão desenvolvendo atendimentos durante todo o evento, juntamente com o curso de Educação Física da UFMT.  

A Unidade Estação Juventude ficará responsável pelo espaço de entretenimento para as crianças que acompanharem as mães no evento, realizando atividades lúdicas e na distribuição de pipoca.

Vale lembrar que a ação é aberta à todas as mulheres e é gratuita, uma oportunidade de prestigiar o trabalho que vem sido realizado pela Rede de Frente e seus parceiros, além de combater a violência doméstica.

 

Giovanna Rosti

Jornalista UNIVAR

NOTA IMPORTANTE

A Associação Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia – REDE DE FRENTE – vem a público manifestar conhecimento sobre a morte da jovem Erica Oliveira Gomes (22 anos de idade) moradora de Barra do Garças-MT, ocorrida no dia 18/09/2018, segundo consta, provocada pelo companheiro F.C.S., cuja coabitação do casal datava de apenas 02 (dois) meses, e a vítima nunca havia procurado a Delegacia de Defesa da Mulher para registrar ocorrência de violência doméstica contra o companheiro F.C.S., e nem formulado nenhum pedido de medidas protetivas.

A REDE DE FRENTE não poderia deixar de prestar solidariedade à Família da vítima, em razão da tristeza que a envolve, diante da abrupta perda da ente querida Erica Oliveira Gomes, bem ainda, pelo trabalho que a Associação desenvolve desde 15 de maio de 2013, na luta ao combate à violência de gênero, doméstica e familiar na cidade de Barra do Garças e Pontal do Araguaia-MT.

No ano de 2012 a cidade de Barra do Garças registrou a ocorrência de 04 (quatro) feminicídios; já em 2013, ano de implantação da REDE DE FRENTE, o índice caiu para 01 (um) crime dessa natureza e, após, nos anos de 2014, 2015, 2016, 2017 e até 17/09/2018 não se registrou mais nenhum homicídio advindo da perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino.

A Associação REDE DE FRENTE tem a certeza de que as autoridades do sistema de justiça tomarão todas as providências necessárias para que o caso seja resolvido de forma célere e dentro dos princípios legais da legislação brasileira.

DOZE ANOS DA LEI MARIA DA PENHA. E DAÍ?

Nos primórdios e mesmo d.c. (depois de Cristo), alguns teólogos afirmavam que, a mulher era uma prova da existência do Diabo e que era desprovida de alma

 

130 operárias morreram carbonizadas num incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, por que pleiteavam melhores condições de trabalho, pois eram obrigadas a desenvolver as atividades de 12 a 14 horas por dia…

 

Somente em 1932, há pouco mais de 80 anos, as mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto, pelo Decreto nº 21.076 instituído no Código Eleitoral Brasileiro, e consolidado na Constituição de 1934. Isso em razão de uma luta árdua das sufragistas brasileiras…

 

A Lei nº 4.121, de 27 de agosto de 1962 dispunha sobre a situação jurídica da mulher casada e nela dizia que, o marido era o chefe da sociedade conjugal, função que exercia com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos, competindo ao homem a representação legal da família; a administração dos bens comuns e dos particulares da mulher que ao marido incumbia administrar, em virtude do regime matrimonial adotado, ou de pacto, antenupcial; o direito de fixar o domicílio da família ressalvada a possibilidade da mulher recorrer ao Juiz, no caso de deliberação que a prejudicasse a prover a manutenção da família, ressalvadas as disposições legais…

 

O divórcio de um casal só foi legalizado em 26 de dezembro de 1977, pela Lei n. 6.515, e mesmo assim, só após o decurso de 01 (um) ano da separação judicial dos cônjuges…

 

Em 1985, o Estado de São Paulo foi pioneiro no país na criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher (DDM)… Logo depois, Mato Grosso criou DEDM em Cuiabá e em Barra do Garças.

 

A igualdade constitucional/jurídica entre homens e mulheres passou a ter vigência em 05 de outubro de 1988, com a promulgação da Constituição Federal do Brasil…

 

A Lei n. 9.099 de 26 de setembro de 1995, que trata dos crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, menos graves, cuidava dos crimes de violência doméstica, i.é., em briga de marido e mulher não se mete a colher, roupa suja se lava em casa, briga de marido e esposa fica entre quatro paredes, a justiça não pode se intrometer na vida privada, etc. A pena ao agressor, geralmente, era o pagamento de cesta(s) básica(s) que, a própria vítima (mulher) é quem pagava. E assim o tempo corria…

 

Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu este nome em homenagem à cearense Maria da Penha Maia Fernandes. Foi a história desta Mulher que mudou as leis de proteção às mulheres no Brasil. A biofarmacêutica sofreu violência doméstica praticada pelo marido, durante longos seis anos. Em 1983, ele tentou assassiná-la duas vezes: na primeira, com um tiro, que a deixou paraplégica; e na segunda, por eletrocussão e afogamento. Após tudo isso, ela iniciou a luta por seus direitos e pelo direitos de todas as mulheres, já que não aceitava a leniência das leis brasileiras. A luta durou 19 anos e meio, até que em 2001 a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA) RECOMENDOU ao Brasil “tomar as medidas administrativas, legislativas e judiciárias” para a efetiva defesa dos Direitos Humanos das Mulheres de viver sem violência doméstica e familiar.

 

A lei alterou o Código Penal Brasileiro, no sentido de permitir que os agressores sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada. Contudo, o propósito da legislação não é prender homens, mas proteger mulheres e filhos das agressões domésticas. Recentemente, em 03 de abril de 2018, a Lei n. 13.641 foi sancionada alterando dispositivos da Lei Maria da Penha, tipificando o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência impostas ao agressor, em razão de violência contra a mulher, ou seja, o autor do fato desrespeitou as medidas deferidas pelo Poder Judiciário, e por isso, pode ir preso imediatamente.

 

Entre as medidas protetivas à mulher estão: proibição de determinadas condutas do agressor, suspensão ou restrição do porte de armas (quando existe), restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, pedidos de afastamento do lar, prisão do agressor, atendimento psicossocial, auxílio de um(a) Policial(a) para retirar os pertences pessoais da residência comum, etc.

 

Então… Em suma pode-se afirmar que, esses 12 (doze) anos da Lei Maria da Penha vem fazendo a diferença na vida das vítimas de violência doméstica e familiar.

Todavia, muito ainda precisa ser feito, como por exemplo criar e instalar Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher em todos os municípios do Brasil, hoje a média é de 12 (doze) por município. Em Mato Grosso a realidade é pior, são apenas 06 (seis) Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher (Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Barra do Garças, Cáceres e Sinop), para 141 municípios, sendo a média de 01 (uma) Delegacia por cada 23,5 municípios. Necessário, também, a implantação de Juizados Especiais de Violência Doméstica em todas as comarcas dos Estados. Aqui em MT temos 82 comarcas e apenas 04 Juizados Especiais. E ainda é imprescindível que em todos as cidades brasileiras exista e funcione a Rede de atendimento às vítimas e enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, como em Barra do Garças.

 

Outra questão importante a ressaltar é que a mulheres passem a ocupar os espaços públicos de poder. Na prática, é possível observar que, embora as mulheres representem atualmente 52% dos eleitores brasileiros, a representação feminina no Congresso Nacional está bem abaixo disso. Ao todo, dos 513 deputados, somente 10,5% são mulheres. No Senado, dos 81 parlamentares, 16% são mulheres. Com isso, o Brasil ocupa a 152ª posição em um ranking de 190 países sobre o percentual de cadeiras ocupadas por homens e mulheres na Câmara dos Deputados.

A lei atual prevê pelo menos 30% de candidatas, mas, em 2016, 86% dos 18,5 mil candidatos que não receberam voto eram mulheres, com isso a avaliação é de que a lei incentiva “candidaturas laranjas”, apenas para cumprir com a obrigação legal de percentual de candidatas mulheres nas eleições.

A Mulher tem uma força inigualável que, infelizmente, em muitos e muitos casos é afugentada pelo homem, para não perder o domínio das decisões importantes, e até mesmo, das mais simples possíveis. Por isso é imprescindível que o machismo entenda: o feminismo não é a superioridade da mulher sobre o homem, mas apenas a igualdade de gênero.

 

MULHERES, não desistam NUNCA de lutar pelos seus direitos. A REDE DE FRENTE – Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia foi criada para ajudar a mudar o, ainda, triste cenário da violência doméstica e familiar no Brasil.

SORORIDADE é a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum. Aprendamos esse conceito e o coloquemos em prática, pois JUNTAS SOMOS MAIS.

 

Lindalva Ramos

Edital Festival de Música REDE DE FRENTE 2018

Lançamento do edital da 5a Mostra Cultural da Rede de Frente, 1o Festival de Música – “Meu corpo, minha voz, meu direito – 2a Edição”.

O evento ocorreu nesta manhã no auditório do Fórum da Comarca de Barra do Garças, que tem como objetivo principal fomentar a discussão sobre o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres (adultas, crianças e adolescentes), por meio de produções musicais que estimulem o público infanto-juvenil na desconstrução do modelo sociocultural que coloca as mulheres como objeto e na construção de um modelo embasado na igualdade de gêneros, cultura da paz, empoderamento feminino e enfrentamento a qualquer forma de violência. O projeto está aberto a todas escolas públicas e privadas do complexo urbano, para estudantes do 6o ano do ensino fundamental até o 3o ano do ensino médio, que selecionará um representante por escola (solo ou dueto), escolhido na fase das audições em cada escola participante. Os cantores (as) passarão por uma produção musical em estúdio para lapidação da letra autoral ou da paródia, culminando com uma grande festa na apresentação pública na Arena do Porto do Baé para escolha das melhores canções.

 

Clique no link abaixo para baixar o edital em pdf.

EDITAL – FESTIVAL DE MÚSICA 2018

RETIFICAÇÃO 01

ADITIVO AO EDITAL 05 Mostra de Música

Ciclo de Capacitação para a Implantação da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar de Várzea Grande – MT

Nos dias 08 e 09 de junho de 2018 aconteceu mais uma etapa do ciclo de capacitação para a implantação da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar de Várzea Grande – MT, realizada no Auditório da UNIVAG, contando com a participação das Promotoras de Justiça da Comarca de Barra do Garças, Dra Hellen Uliam Kuriki e Dra Luciana Abrão David, e do Psicólogo da SEJUDH/MT, Eduardo Vieira. O evento contou com a palestra, “Relacionamentos Abusivos e Violentadores: compreensão da construção dos relacionamentos abusivos da infância a fase adulta”, e com apresentação do trabalho que vem sendo desenvolvido a cinco anos pela Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher de Barra do Garças – REDE DE FRENTE. No dia seguinte partilharam as ferramentas e a metodologia do Programa Patrulha Rede Frente – Mulher Protegida, com o Grupo de Trabalho da Rede de Várzea Grande, na perspectiva de implantação do mesmo modelo de Patrulha naquela cidade e região.

A CADA ANO A REDE DE FRENTE CONTINUA FAZENDO A DIFERENÇA NA VIDA DA NOSSA SOCIEDADE

O Projeto da Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a Mulher – REDE DE FRENTE, hoje prática exitosa, desenvolvido na Comarca de Barra do Garças, e implantado oficialmente em 15/05/2013, após diversas reuniões entre os Coordenadores e as Instituições do Município, busca a igualdade de gênero com a atuação proativa e articulada junto à comunidade local, criando mecanismos de reflexão e mudança do modelo social, na efetividade dos direitos da mulher, bem como a aplicação humanizada da legislação pertinente ao combate à violência de gênero.

A execução dessa Prática se dá com espeque em 05 (cinco) eixos de atuação, com realização de planejamento anual partindo dos resultados alcançados no ano anterior e das necessidades trazidas à baila pela comunidade e membros da REDE DE FRENTE, bem ainda, com supedâneo em pesquisas realizadas pela REDE, como por exemplo, a que foi desenvolvida pela Faculdade Cathedral.

Os eixos de atuação foram estabelecidos de forma a garantir resultados a curto, médio e longo prazos, que ficaram assim estruturados:

Eixo I – Rede de atenção/proteção social na violência doméstica;

Eixo II – Aplicação humanizada do procedimento legal;

Eixo III – Educação Permanente dos agentes sociais;

Eixo IV – Núcleo acadêmico de pesquisa;

Eixo V – Prevenção e sensibilização social.

Estabeleceu-se o Fluxo e Organograma do atendimento à mulher em situação de violência, com a organização administrativa e de compreensão reflexiva das funções e papel de cada Instituição que compõe a Rede de Frente.

O Projeto não se apresenta de forma estanque, ancora-se nos princípios da democracia, da interdisciplinariedade, da transdisciplinaridade, da interinstitucionalidade, da integralidade e da transversalidade, acompanha a dinâmica processual e social.

A Associação REDE DE FRENTE atua por meio de um conjunto articulado de ações, possuindo a integração operacional entre todas as Instituições. Em suma, se verifica que a interinstitucionalidade foi fundamental para a consolidação do Projeto que se tornou uma Prática exitosa, dando plena efetividade à Lei nº 11340/2006.

A Prática propiciou a atuação conjunta de todas as Instituições e parceiros (Defensoria Pública, Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Secretaria Estadual de Saúde e Educação, SETAS, Secretaria Municipal de Assistência Social e Educação, Politec, GML, Conselho da Comunidade, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Barra do Garças, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Barra do Garças, Conselho Tutelar, CRAS, CREAS, SAE/CTA, Escritório Regional de Saúde-ERSBG, Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Barra do Garças, Faculdade UNIVAR e Cathedral, Faculdade Anhanguera, OAB, Poder Legislativo, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Abrigo Institucional Crisálida, Associações, Escolas Particulares de Ensino, dentre outros), com a adesão contínua de diversos segmentos sociais, garantindo visibilidade, consolidação e credibilidade junto à comunidade dos municípios que compõem a comarca de Barra do Garças/MT.

A partir do trabalho da REDE DE FRENTE consolidou-se um atendimento e enfrentamento articulado, que possibilitou atenção integral e um acolhimento humanizado à mulher em situação de violência, ao homem autor do fato, aos filhos envolvidas no ciclo violento e ao núcleo familiar em geral.

Em junho de 2013, foi construída a cartilha REDE DE FRENTE, pelos membros da Rede de Enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, com 08 pág. e 25 mil exemplares, explicando em linguagem simples os tipos de violência doméstica, com exemplos e figuras, bem ainda onde buscar ajuda, com endereço e número de telefone, e por fim lançando um questionário para que se fizesse o teste e com as respostas descobrisse se estava sendo vítima de violência doméstica ou na iminência de o ser.

Em Maio de 2014 comemorou-se 01 ano da Rede de Frente, num evento na Câmara Municipal de Barra do Garças, que contou com atividades culturais e palestra com a feminista e ativista Ana Emília Iponema Brasil Sotero, à época Superintendente de Políticas Públicas paras Mulheres do Estado de Mato Grosso, tratando de Políticas Públicas para as Mulheres em situação de Violência Doméstica, para um público aproximado de 100 pessoas.

Iniciado em 2014 e executado até 2016, tivemos I, II e III Mostra de Vídeo Estudantil, que contaram nas três edições, com 177 vídeos inscritos, mais de 1000 alunos concorrendo e participação integral nos eventos de premiação; 181.897 (cento e oitenta e um mil, oitocentos e noventa e sete) votos computados, inicialmente no Blog da Rede de Frente (www.rededefrentebarrapontal.blogspot.com.br) e após no site da REDE DE FRENTE, sendo que até novembro de 2016 foram 216.209 (duzentos e dezesseis mil e duzentos e nove) acessos no site, no Brasil e em mais 18 países.

Em suma, a proposta da Mostra de Vídeo Estudantil era levar a discussão, reflexão e a gravidade do que são os crimes de violência doméstica em nossa sociedade, para dentro da comunidade escolar do Município de Barra do Garças e Pontal do Araguaia, que acabou chegando em outras cidades vizinhas. Os Editais divulgados da I, II e III Mostra possibilitou trabalhar nos vídeos todos os tipos de violência doméstica, nos termos da Lei Maria da Penha. A entrega da premiação era sempre uma linda e calorosa festa, com a presença de mais de 7.000 (sete mil) estudantes de todos os níveis de ensino, e ainda do setor público e privado.

Em fevereiro de 2015 a REDE DE FRENTE realizou WORKSHOP para pretensos novos membros, pois quanto mais pessoas para ajudar no trabalho, melhor.

Em fevereiro 2015, foi lançado o SELO EMPRESA APOIADORA, buscando parceria com diversas empresas no comércio da região que poderiam contribuir financeiramente para o desenvolvimento das atividades da Rede, podendo variar os valores da contribuição pecuniária, de acordo com o edital lançado e a vontade dos empresários.

Em março 2015, foi lançado o Folder Uma Lição IMPORTANTE em forma de quadrinhos, tratando os mesmos temas da Cartilha Rede de Frente, mas de forma lúdica, para estimular a leitura e prender a atenção dos estudantes.

Em março de 2015, a REDE DE FRENTE promoveu palestra com a Dra. Ângela Regina Gimenez, Juíza da 1ª Vara de Família e Sucessões de Cuiabá – MT e presidente do IBDFAM, palestrou sobre alienação parental e guarda compartilhada, e como esses institutos podem levar à ocorrência de violência doméstica.

Em abril de 2015, foi realizada palestra com a presença da Sra. Maria da Penha Maia Fernandes em comemoração alusiva ao Dia Internacional da Mulher, contando com a participação de aproximadamente 4 (quatro) mil pessoas, num evento que contou com participação de autoridades de diversas localidades, estudantes e sociedade em geral, os quais a receberam como uma estrela e ícone na luta contra a violência doméstica.

Em junho de 2015 a REDE DE FRENTE foi agraciada com MOÇÃO DE APLAUSOS pela Câmara de Vereadores de Barra do Garças, iniciativa do vereador Dr. Paulo Cesar Ray de Aguiar – Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social.

Em julho de 2015, Representantes da Rede de Frente estiveram na cidade de Rondonópolis-MT, divulgando o Projeto e as ações desenvolvidas pela Rede, a convite da desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Maria Aparecida Ribeiro. O objetivo foi que, o Projeto da Rede de Frente fosse implantado naquela comarca.

Em outubro de 2015, a convite da Desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, a Rede de Frente esteve apresentando suas ações à Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher), autoridades e parceiros, em cerimônia na sede do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. De acordo com a coordenadora do CEMULHER, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, “a apresentação do projeto a toda a sociedade é fundamental para disseminar as boas práticas que têm sido desenvolvidas pelo Estado. “Além de ser muito bom conhecer mais a fundo o trabalho que tem sido feito na Comarca de Barra do Garças, a partir desse encontro vamos estudar formas de implementar o projeto em todo o Estado de Mato Grosso. Não só no âmbito estadual, mas em todas as comarcas”, assinalou Maria Aparecida.

Em março de 2016, se deu a inauguração das novas instalações da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, cujas obras foram administradas pela REDE DE FRENTE, com orçamento de doação do Município de Barra do Garças e Pontal do Araguaia-MT; valores advindos de TACs (Termos de Ajustamento de Condutas) realizados pelo Ministério Público, bem ainda, da fixação de penas pecuniárias na Justiça da comarca. O novo espaço físico se tornou agradável, acolhedor e bem estruturado, inclusive com espaço lúdico para crianças e adolescentes e uma sala exclusiva para a REDE DE FRENTE.

Em março de 2016, a REDE DE FRENTE organizou apresentação teatral pela Companhia Herdeiros da Arte do Estado de São Paulo, com peça narrando a gravidade dos crimes de violência doméstica e seu enfoque cultural, numa linguagem simples, acessível e lúdica, para uma plateia de 310 alunos, no Auditório do Município de Barra do Garças.

No mês de abril de 2016, a REDE DE FRENTE foi agraciada com o prêmio Mérito Lojista 2015, pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Barra do Garças-MT, Pontal do Araguaia-MT e Aragarças-GO, o qual expressa a importância da Prática e o reconhecimento da sociedade pelo trabalho desenvolvido.

Em novembro de 2016, em respeito à data do Dia 25 de Novembro e os 16 Dias de ativismo pelo fim da violência contra a Mulher, a Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher espalhou pela cidade, em vários pontos de grande fluxo de pessoas, outdoor com imagem dos membros da REDE DE FRENTE de mãos dadas e slogans diversos, mostrando para a população que fazer a diferença na vida do outro, basta querer e ter coragem de lutar e se doar um pouco.

Em março de 2017 aconteceu a Primeira Corrida Maria da Penha, cujo nome do evento foi aprovado pelo Instituto Maria da Penha Maia Fernandes, e contou com a participação de 171 atletas nível profissional e amador, integrando o combate à violência doméstica ao Esporte e ao social, já que o valor da inscrição foi de 1k de alimento não perecível, arrecadando-se 250 quilos, os quais foram doados para o BARRA MAMMA – Associação de combate ao câncer de mama e outros em Barra do Garças e região.

A Segunda Corrida Maria da Penha está prevista para Novembro de 2018, já que 25 de Novembro é o Dia Internacional de luta contra violência à Mulher.

Em agosto de 2017, a Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a Mulher palestrou durante evento alusivo à Campanha Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia – Quebrando o Silêncio – no qual, além de apresentar os Eixos de Atuação da REDE DE FRENTE e explicar quais são os tipos de crimes de violência doméstica, foi enfatizado onde buscar ajuda e como fazê-lo.

Em setembro de 2017, a REDE DE FRENTE elaborou adesivo divulgando os números dos DISQUE DENÚNCIA, para dar conhecimento às pessoas interessadas e aos que deles necessitem para realizar ligação.

Em outubro de 2017, a REDE DE FRENTE participou da Caravana da Transformação do Governo do Estado de Mato Grosso, divulgando o trabalho realizado.

Destaque relevante sobre a atuação da Rede de Enfrentamento, concerne à adesão massiva da sociedade em geral às atividades da Rede, em Palestras Educativas; Pit Stops alusivos ao Dia Internacional da Mulher; Palestras em Universidades/Escolas/Empresas.

Em novembro de 2017, a Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, na pessoa da Defensora Lindalva de Fátima Ramos, apresentou a Prática Exitosa da Rede de Frente, no XIII Congresso Nacional de Defensores e Defensoras Públicas do Brasil – CONADEP, em Florianópolis-SC., oportunidade em que foi muito aplaudida.

Com início em maio e apresentação em dezembro de 2017, a REDE DE FRENTE construiu a ideia e após implantou em parceria com a Escolas do Município, a I MOSTRA ESTUDANTIL DE TEATRO em Barra do Garças, com o slogan MEU CORPO, MINHA VOZ, MEU DIREITO. O objetivo da Mostra era enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes, utilizando o teatro como mecanismo de linguagem acessível e atrativo ao público infantojuvenil. Por intermédio da arte buscou-se abordar a temática de forma interativa, real e sutil, dando vida e voz a milhões de vítimas de violência sexual, além de trazer para as agendas escolares a discussão e a reflexão sobre o assunto.

As cinco instituições escolares selecionadas, além de representarem sua região na I Mostra Estudantil de Teatro, assumiram o compromisso de replicarem as produções artísticas nas demais escolas de sua região, no 1º semestre de 2018, levando reflexão a toda comunidade escolar, o que de fato ocorreu na semana de 14 a 18 de maio de 2018, pois que no dia 18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.

Vale lembrar que, na I Mostra Estudantil de Teatro o evento contou com a participação especial da Companhia de Teatro da APAE de Barra do Garças, cuja peça apresentada se denominou O Cobertor Xadrez.

Até dezembro de 2017 foram realizadas 13 capacitações atingindo o público alvo de aproximadamente 800 (oitocentos) pessoas, dentre elas servidores de todo o sistema de justiça e agentes sociais.

Frente ao contexto estadual marcado pelos altos índices de violência contra a mulher, a Prática se tornou mecanismo de defesa e ampliação dos direitos humanos e sociais das mulheres de nossa cidade e região.

Em dezembro de 2017 foi lançada da PATRULHA REDE DE FRENTE – Mulher Protegida, parceria da Associação Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a Mulher e a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, que fiscalizará o cumprimento das medidas protetivas deferidas pelo Poder Judiciário, objetivando dar a tão almejada segurança que a mulher vítima de violência doméstica almeja. PODEM DENUNCIAR SEM MEDO. O Programa já está em execução desde o mês de maio de 2018, com toda estrutura necessária.

Em fevereiro de 2018 a REDE DE FRENTE, na pessoa da Investigadora de Polícia e Presidente da Associação, Andrea Guirra, esteve em Londres, numa troca de experiências entre as policiais civis de lá e aqui do Brasil, num convite do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon e Embaixada Britânica, proporcionado aos três vencedores do Selo FBSP 2017 de práticas inovadoras no enfrentamento à violência contra a mulher. A comitiva também visitou a Embaixada Brasileira e expôs os trabalhos realizados no Brasil, e claro, em Barra do Garças-MT, e todos ficaram impressionados.

Implementado em março de 2018, pela Associação Rede de Frente e vários outros parceiros públicos e privados, o REDE MULHER construiu mecanismos para a oferta de diversos atendimentos às mulheres em situação de violência doméstica em um único espaço, aproximando-as da Rede de Atendimento local e dos serviços especializados, que contribuem para a redução dos danos causados por um relacionamento abusivo e para a ruptura do ciclo de violência. O público-alvo são as mulheres em situação de violência da cidade de Barra do Garças, podendo ser estendido a toda a categoria de mulheres no âmbito dos municípios que compõem a Comarca.

Prioritariamente são contemplados os atendimentos específicos voltados à saúde da mulher (autoexame de mama, papa nicolau, consultas médicas, controle da glicose e da pressão arterial, etc.) ofertados pelas  Secretarias Municipais de Saúde; também psicologia, enfermagem, fisioterapia, nutrição e estética das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia; atendimentos; atendimentos diversos disponibilizados pelo Procon; Sine (Sistema Nacional de Emprego); Politec; Assessoria Jurídica prestada pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, pelo Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Catedral e UFMT; palestras com abordagem em gênero ministradas pelos integrantes da Rede de Frente e convidados; dentre outros serviços ofertados pelas Secretarias Municipais de Assistência Social, inclusive para o entretenimento de crianças e adolescentes que estiverem na companhia das mulheres atendidas. Além de tudo isso, momento lúdico para as mulheres e crianças.

Assim, após 05 (cinco) anos de funcionamento e trabalho, a Rede de Frente, além das ações de fortalecimento da rede socioassistencial, pela articulação das diferentes instituições que compõem a Rede de Frente, bem como a sua execução por meio dos Eixos, tem-se a certeza que vários resultados já foram e estão sendo alcançados, como por exemplo:

– a não ocorrência de homicídios de mulheres vítimas de violência doméstica nos anos de 2014, 2015, 2016, 2017 e até a presente data, sendo que antes, em 2012 ocorreram 04 (quatro) feminicídios e em 2013 aconteceu 01 (um);

– o aumento da quantidade de inquéritos policiais instaurados, de 147 em 2007, para 462 em 2016 e 572 em 2017, o que num primeiro momento pode aparentar aumento dos casos de violência doméstica contra a mulher, porém, observamos que tais atos eram desconhecidos do Sistema de Justiça (cifra oculta), e esse volume de denúncias, na verdade, denota empoderamento das mulheres e sociedade em geral, levando-as a noticiar o fato delituoso por, agora, confiar que a justiça ocorrerá no caso concreto;

– a redução da reincidência do autor do fato, pois todos os homens que praticam crime violência doméstica em Barra do Garças são compelidos a participarem doGrupo Reflexivo para Homens), que acontece no CREAS em Barra do Garças. Até dezembro de 2017 participaram dos Grupos Reflexivos 445 (quatrocentos e quarenta e cinco) homens autores de agressões, sendo que destes apenas 15 (quinze) voltaram a reincidir, segundo dados do Fórum de Barra do Garças, variando de 3% a 3.38% a reincidência, em uma Comarca cuja população é estimada em aproximadamente 80 mil habitantes, ou seja, um percentual baixo.

Os resultados positivos são indiscutíveis, tanto que em março de  2017 a REDE DE FRENTE foi uma das três vencedoras do concurso de Práticas Exitosas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sendo agraciada com o Selo de Práticas Inovadoras 2017, ao lado de práticas do Estados da Bahia e Piauí.

 

Lindalva Ramos

Maio, mês de combate a exploração de crianças e adolescentes

Maio é um mês importante em nosso calendário, é o mês da luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, sendo que 18 é o Dia Nacional de enfrentamento ao abuso e exploração sexual.

Em 1973, no dia 18 de maio, em Vitória/ES, uma menina de 8 anos, chamada Araceli foi raptada, estuprada e morta por uns jovens de classe média alta. O crime foi tão chocante, que teve sua data escolhida para ser o dia de mobilização nacional.

A nossa realidade é alarmante, principalmente se pensarmos que muitos casos não são notificados. De acordo com o disque 100, em 2016, foram 15 mil e 707 denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes.

Há, em média, 50 mil estupros registrados por ano no Brasil, destes, 70% são de crianças e adolescentes.

Porém, sabemos que há a cifra oculta, assim como acontece na violência contra a mulher. Muitos casos não são revelados nem para as pessoas mais íntimas da vítima, quanto mais denunciados. A perversão de ser abusado por um familiar ou amigo próximo também colabora para a não revelação dos abusos.

Além disso, temos a falta de habilidade das instituições em receber de forma humanizada as vítimas, de se ter um protocolo de atendimento, de se notificar os órgãos competentes, de se ter uma justiça rápida e eficiente… se pensarmos bem, talvez haja mais motivo para não denunciar. Depois da denúncia, para onde irá a vítima? De volta a casa do abusador? Para um abrigo público? Para

a casa de um parente que também poderá abusar?

Que segurança  oferecemos para a vítima?

Sem políticas públicas eficientes, sem cobrança por parte da população, sem mais amor e menos ódio, sem respeito ao ser humano, continuaremos a ter nossas crianças e adolescentes explorados e sem perspectiva de futuro.

#Faça Bonito – proteja nossas crianças e adolescentes

 

Fonte:

Ministério dos Direitos Humanos

Carta Capital

Andrea Guirra