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13 anos de luta e proteção à mulher: Como a Lei Maria da Penha ajuda mulheres em todo Brasil

A Lei 11340/2006 completa hoje 13 anos de existência. A legislação surgiu como meio de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher bem como estabelecer medidas de proteção e assistência às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A lei foi aceita de maneira muito eficiente e, em 2018, a cada dois minutos uma mulher no Brasil recebeu da Justiça medida protetiva para impedir que ela seja alvo da violência doméstica.

A lei foi batizada com o nome Maria da Penha em homenagem à biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que era repetidamente espancada e foi vítima de duas tentativas de homicídio por parte do marido, o professor universitário colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Na primeira, ela foi alvejada com um tiro pelas costas, ficando paraplégica, e, quatro meses depois, já em cadeira de rodas, escapou de ser eletrocutada enquanto tomava banho.

A violência doméstica e familiar é caracterizada como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que resulte em morte, lesão, ou sofrimento físico, sexual, ou psicológico e dano moral ou ao patrimônio, conforme o Artigo 5º da Lei Maria da Penha.

Com o intuito de fazer valer as medidas estabelecidas pela Lei Maria da Penha, a Rede de Enfrentamento a Violência Doméstica contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia-MT promove ações de capacitação, conscientização e acompanhamento das vítimas e agressores.

A Rede de Frente é um projeto lançado em maio de 2013 com objetivo de possibilitar o atendimento da vítima, dos filhos, do agressor e dos demais familiares, caso necessário. O projeto leva em consideração não apenas a defesa da vítima e a realização de campanhas de prevenção a violência, mas também, inclui o autor das agressões que além de punição, deve receber tratamento para entender a gravidade dos fatos e não voltar a praticá-los.

Nesse propósito a Rede de Frente visa humanizar o atendimento as vítimas fazendo valer os preceitos estabelecidos na Lei Maria da Penha.

Ações e campanhas de prevenção têm se espalhado por todo Brasil. Como efeito dessas, os números de denúncias de violência doméstica têm crescido consideravelmente.

De acordo com os dados do Monitor da Violência, divulgado pelo G1 em março desse ano, o Brasil ainda é um dos países mais violentos mundialmente para o gênero feminino. Só entre 2017 e 2018 foram 4.254 vítimas em todo país.

Em 2015 o Brasil sancionou a Lei 13.104/2015, que introduz uma qualificadora que aumenta a pena para autores de crimes de homicídio praticado contra mulheres (feminicídio). A aplicação da qualificadora eleva a pena mínima deste crime de 6 para 12 anos e a máxima, de 20 para 30, classificando o assassinato de mulheres como crime hediondo. Essa lei foi considerada um marco legal na luta contra a violência exercida sobre mulheres e mais uma ferramenta para proteção.

A Rede de Frente fica localizada na Rua Carajás, 1156, Centro, Barra do Garças – MT e em parceria com diversas instituições está a disposição para atender e acolher as mulheres vítimas de violência com todo aparato legal, psicológico e social disponível.

Bárbara Soares

Estudante de Jornalismo – UFMT

REDE DE FRENTE RECEBE HOMENAGEM DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MATO GROSSO

REDE DE FRENTE RECEBE HOMENAGEM DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MATO GROSSO

No dia 13 de junho de 2019, a Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher – REDE DE FRENTE e seus membros e membras, nas dependências da Câmara de Vereadores de Barra do Garças receberam homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, na pessoa da Deputada Janaina Riva, pelos relevantes serviços prestados na cidade e região no enfrentamento à violência de gênero e dos crimes da Lei Maria da Penha.

A Deputada Janaina Riva aplaudiu e enalteceu o trabalho pioneiro da REDE DE FRENTE, principalmente pela cidade ter ficado mais de cinco anos sem a ocorrência de nenhum feminicídio, bem ainda o pequeno índice de reincidência nos crimes de violência doméstica, dos homens que participam dos Grupos Reflexivos para Homens no CREAS. Afirmou que a Prática Rede de Frente deve ser levada a todos os municípios de Mato Grosso e quiçá do País, e que o Parlamento Estadual ajudará no que estiver ao seu alcance. Fez questão de salientar que Barra do Garças foi a primeira cidade do Estado de Mato Grosso a implantar o Programa conhecido como Patrulha Maria da Penha, aqui no município denominada Patrulha Rede de Frente – Mulher Protegida.

A Presidente da Rede de Frente, Andrea Guirra, em entrevista à TV Assembleia/MT enfatizou a importância do reconhecimento dos trabalhos da Rede de Atendimento e Enfrentamento, nível estadual, pela Assembleia Legislativa, pois já existe o reconhecimento municipal e nacional, sendo este pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e até mundial, com apresentação da Rede de Frente na Inglaterra e Uruguai. Referiu-se à importância das parcerias público-privadas para o crescimento e aprimoramento das ações/atividades da Associação Rede de Enfrentamento à violência doméstica e familiar contra à mulher.

A Defensora Pública Lindalva de Fátima Ramos lembrou a trajetória de construção coletiva da Rede de Frente desde janeiro de 2013 até os dias atuais, pois sempre acontecem inovações. Frisou que é indispensável enfrentar a violência de gênero trabalhando em várias frentes (não apenas a punitiva), incluindo a vítima, o agressor, filhas e filhos, bem ainda toda família ascendente e descendente, pois se trata de um problema sociocultural, no qual a criança, adolescente, jovem, adulto(a) e idoso(a) precisam estar inseridos no contexto de luta contra a violência de gênero, em especial a doméstica e familiar.

A SGT PM Viviane Milhomem, membra da Patrulha Rede de Frente – Mulher Protegida, asseverou que é gratificante trabalhar na Patrulha, pois as vítimas são acompanhadas por esta e se sentem protegidas/amparadas, os agressores recebem uma visita no início de cumprimento da medida protetiva, sendo esclarecidos minuciosamente sobre as medidas e as consequências do descumprimento.

O Professor Luís Antônio Bitante, Coordenador do Núcleo de Pesquisa da Rede de Frente, ressaltou a importância da pesquisa científica para direcionar as ações estratégicas e pontuais da Rede de Enfrentamento de acordo com a realidade do município.

A Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher de Barra do Garças agradece imensamente a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso e a Deputada Janaina Riva, pela deferência a ela e seus/suas membros(as) concedida, a qual vem coroar de êxito o trabalho desenvolvido com dedicação, amor e luta árdua dos envolvidos.

Rede de Frente visita Terra Indígena São Marcos

Na manhã do dia 26 (sexta-feira) de abril de 2019, ainda em atenção à semana da/o Índia/o a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher, na pessoa dos membros Lindalva de Fátima Ramos e Joel Lima Goes, com os colaboradores Paulo Fernando Lima e Keila Oliveira, servidores da Defensoria Pública, visitou a Terra Indígena São Marcos, Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe e Aldeia Nossa Senhora das Graças, ambas da etnia Xavante, com objetivo foi levar informações aos habitantes das comunidade e planejar futuras ações.

Após ouvir e falar com líderes locais para conhecer a realidade do povoado indígena, o grupo convidou os moradores para uma roda de conversa, onde eles puderam tirar dúvidas sobre os direitos das mulheres e as ações da Rede de Frente e da Defensoria Pública.

“As mulheres indígenas também têm a proteção legal da lei Maria da Penha”, explicou a defensora. “Contudo, na prática, nós sabemos das dificuldades que enfrentaremos para tratar do assunto violência de gênero nas comunidades indígenas, pois a cultura destes povos é milenar e não conseguiremos uma mudança de atitude em relação às mulheres do dia para a noite. Porém é preciso começarmos.”

“A intenção não é prejudicar a cultura xavante, as mulheres indígenas só precisam ser respeitadas e tratadas com igualdade de direitos e deveres dentro das comunidades” esclareceu a defensora que, mesmo diante de reclamações pontuais dos caciques, se mostrou otimista, por quê na “Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe temos lideranças indígenas femininas com voz ativa, isso é muito importante”.

“Sou profundo conhecedor da realidade das populações indígenas da região e por isso sei o quanto é importante essa visita às comunidades e o trabalho da Rede de Frente, da Defensoria Pública e da FUNAI dentro delas. Importante ressaltar que, o Sr. Carlos Henrique Silva, Coordenador da FUNAI está parceiro nessas ações. Fico muito feliz de poder estar participando e auxiliando nesse trabalho, por intermédio da Rede de Enfrentamento à violência doméstica contra a mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia.” afirmou o Sr. Joel Hipólito Lima Góes.

Para conhecer melhor cada caso a ser resolvido e aproximar as mulheres indígenas da Defensoria Pública, ficou estabelecido que deverá ser marcado um dia para que a Instituição possa atender e buscar soluções para os problemas pontuais existentes dentro das comunidades Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe e Aldeia Nossa Senhora das Graças, para então ser elaborado um projeto para os povos indígenas da região. Nesse aspecto o Sr. Joel Lima Goes intermediará uma parceria com a FUNAI em Barra do Garças.

Na Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe participaram os Caciques Davi Tsiwededzapre Tsudzawwerw e João Aparecido Mononi Tsudzawere, bem ainda as lideranças femininas Pascoalina Retario e Verônica Watamatao; já da Aldeia Nossa Senhora das Graças veio o Cacique Mariano Wadzerepruwe Babaté e o vice-cacique Eliseu Waduipi Tsipré, e claro as/os indígenas das duas comunidades.

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Lindalva de Fátima Ramos

A REDE DE FRENTE VISITA A ETNIA XAVANTE NA TERRA INDÍGENA DE SANGRADOURO

A Rede de Enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia visitou, na última quinta-feira (18), a etnia xavante na Terra Indígena de Sangradouro (240 km de Barra do Garças). O evento fez parte das comemorações alusivas ao Dia do/a Índio/a (19 de abril).

Os membros da Rede de Frente, Defensora Pública Lindalva de Fátima Ramos, Assistente Jurídica Maria Soares Silva, o Administrador Joel Goes, o Coordenador do CREAS Dyundy Makishi e o Voluntário Valdeci Mendes realizaram uma roda de conversa com caciques, lideranças indígenas masculinas e femininas, e também falaram sobre violência doméstica para dezenas de mulheres indígenas da comunidade.

“O evento na Terra Indígena com o povo xavante foi uma experiência inédita na Rede de Frente. A recepção dos índios foi calorosa. O objetivo da visita é se aproximar da comunidade indígena, pois sabemos da necessidade de trabalhar com eles a questão da violência doméstica. As mulheres indígenas sofrem muito e precisamos ajudá-las de alguma forma”, afirmaram os membros da Rede.

Segundo a Defensora Pública Lindalva F. Ramos, as mulheres indígenas são vítimas corriqueiras de violência doméstica, até mesmo em razão da cultura do seu povo. Mas a Rede de Frente está iniciando uma troca de experiência com as comunidades indígenas para que se possa conseguir paulatinamente lidar com a questão da violência de gênero, em especial a doméstica e familiar contra a mulher dentro das aldeias da região.

Inicialmente, foi realizada uma roda de conversa com os caciques e lideranças masculinas da Terra Indígena de Sangradouro, que expuseram as dificuldades enfrentadas por eles, como o preconceito, a marginalização e a matança do seu povo.

Com as lideranças femininas falou sobre a Lei Maria da Penha, os crimes de violência doméstica, o apoio da Defensoria Pública e da Rede de Frente, e como buscar ajuda em caso de denúncia. Ao final da apresentação, foi entregue um panfleto confeccionado pela Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para que elas possam ter os números e endereços caso precisem denunciar qualquer crime de violência doméstica.

Na verdade tratar de violência doméstica em terras indígenas é um desafio. A cultura na aldeia é conversar em separado com os índios e depois com as índias. Para os homens, é preciso ter cautela ao usar as palavras, pois dentro da TI prevalece o direito consuetudinário (direito que surge dos costumes de uma sociedade) e nem sempre o constitucional. Já com as mulheres pode-se falar abertamente sobre os tipos de violência doméstica e oferecer ajuda caso queiram fazer alguma denúncia. Mas elas ainda são muito tímidas, e apesar de entenderem o português, não dialogam muito.

No evento, o professor Osvaldo, indígena poliglota, frisou em sua fala que o povo indígena respeita o direito consuetudinário e, em contrapartida, a Defensora Pública Lindalva asseverou que todas as indígenas devem ter os mesmos direitos dos homens dentro do seu povo.

O povo indígena está na categoria de minorias vulneráveis e precisa muito de auxílio das mais variadas formas, por isso a Fundação Nacional do Índio (Funai) em Barra do Garças solicitou a ida da Rede de Frente para conversar um pouco com a comunidade indígena xavante.

Ao término da apresentação, os membros da Rede de Frente agradeceram aos Caciques Alexandre, Tiago, Graciliano, João Bosco e Nicolau, ao presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Fábio Tsitobrowe, ao Coordenador da Funai em Barra do Garças, Carlos Henrique da Silva, aos Professores indígenas Osvaldo e Bartolomeu, e às lideranças Cacildo e Augusto, além das lideranças das mulheres indígenas.

Lindalva de Fátima Ramos

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Nova Viatura para a Patrulha Rede de Frente – Mullher Protegida

Na manhã do dia 09 de abril, a Patrulha Rede de Frente-Mulher Protegida foi agraciada com um veículo S-10 cedido pela Prefeitura de Barra do Garças para ser utilizada nos atendimentos e visitas feitas pelos policiais que compõem a Patrulha.

O prefeito Roberto Farias recebeu esse pedido da Rede de Frente e prontamente se dispôs a ajudar o projeto, pois a Prefeitura é parceira da Rede desde o início, em 2013.

A Patrulha Rede de Frente foi uma iniciativa da Rede, que, em 2017, foi a Curitiba buscar o modelo da Patrulha Maria da Penha, feita pela Guarda Municipal daquela cidade.

Em Barra do Garças, a Rede, por meio de suas parcerias, lançou o projeto em dezembro de 2017, sendo que, aqui, a Patrulha conta com a Polícia Militar. A vítima, quando chega na Delegacia e pede as medidas protetivas, é informada que pode ser acompanhada pela Patrulha e, se ela aceita, já passa pela equipe multiprofissional para fazer a avaliação de risco, a qual irá orientar a frequência das visitas da Patrulha, de acordo com o resultado da avaliação. Assim que o Poder Judiciário defere as medidas, a equipe da Patrulha é notificada e já entre em contato com a vítima para marcar a primeira visita e informar o número de contato direto com os policiais para o caso de urgência. O agressor também recebe a visita da patrulha, que explica o que são as medidas protetivas e a possibilidade de prisão em caso de descumprimento.

Com pouco mais de um ano de funcionamento, a Patrulha conta com policiais que foram capacitados pela Rede de Frente, e hoje, acompanham, em média, 70 vítimas.

Andrea Guirra

Rede de Frente realiza primeira edição do programa “Rede Mulher” de 2019; mutirão aconteceu nessa sexta, no CREAS de Barra do Garças

A Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher inaugurou, na última sexta-feira (29), a primeira edição do segundo ano consecutivo de atividades do programa “Rede Mulher”, que promove ações de atendimento especializado e conscientização do público feminino em Barra do Garças e Pontal do Araguaia. O local de realização foi o Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), que fica ao lado do Estádio Zeca Costa, na região central de Barra do Garças.

O objetivo do evento foi levar serviços públicos para mais perto das moradoras do bairro Santo Antônio, em Barra do Garças, mas mulheres de toda a cidade e de Pontal do Araguaia puderam comparecer normalmente, inclusive as de etnia indígena, que contaram com o atendimento de profissionais treinados especialmente para esse público.

Com a associação de mais de 30 parceiros, entre órgãos e instituições públicas e empresas privadas, o mutirão ofereceu serviços especializados nas áreas de saúde, educação, cidadania, estética, assistência social e jurídica, entre outros.

Para a oferta dos serviços, a Defensoria Pública e profissionais das áreas de Direito, Estética, Enfermagem, Odontologia, entre outros, contaram com salas preparadas especialmente para o evento e com organização por meio da distribuição de senhas.

 

Atividades

A primeira atividade do dia aconteceu na parte da manhã, quando profissionais envolvidos com as ações de enfrentamento contra mulheres falaram ao público no auditório do CREAS. Os integrantes da mesa foram Andrea Guirra, investigadora da Polícia Civil e presidente da Rede de Frente, Lindalva Ramos, defensora pública e coordenadora das ações do órgão na entidade, Ida Madalena, Secretária de Assistência Social de Barra do Garças, Maria Ely Costa, Secretária de Assistência Social de Pontal do Araguaia, Luciana Abrão, promotora de justiça do MPE, Rony Cesar Mota, coordenador do curso de Direito da Faculdade Cathedral, e a psicóloga e professora Ana Paula Fernandes.   

Responsável pela área de Assistência Social em Barra do Garças, Ida Madalena comentou os tipos de violência doméstica e alertou para os danos também para os filhos. “[A dor] não é só física, é emocional também, porque a física acarreta a emocional e isso acarreta a violência com relação às crianças”, destacou. Durante sua fala, a secretária esclareceu que a Prefeitura da cidade já trabalha na elaboração de um grupo de acompanhamento para meninos e meninas que vivem em contextos de violência dentro de casa.

A psicóloga Ana Paula Fernandes, que é professora na faculdade Cathedral e acompanha pessoas relacionadas a casos de violência doméstica, explicou em palestra que a disputa por superioridade no âmbito familiar é prejudicial para todos. Ela destacou a destruição do seio familiar nesses casos. “Você [homem que pratica violência doméstica] acha que é só a mulher que sofre? Você acha que seu filho é feliz?”, questionou. Ela explicou que “a violência acaba com a mulher, e uma mulher sem autoestima não consegue construir, edificar um lar”. “É a família que perde”, disse ela.

Mas a psicóloga lembrou que a violência também deve ser tratada em sua raiz, isto é, no homem. Ela afirmou que é igualmente triste “como eles também perdem”, mas que podem ser tratados e mudar suas posturas. Mesmo que “como homens agressores, [eles] merecem ser felizes também”, concluiu, pedindo a todos que cuidem de sua autoestima e busquem a felicidade.

Após as falas de todos os profissionais, o público recebeu brindes sorteados e foi orientado a dirigir-se para a área central do CREAS, onde foram feitos os atendimentos durante o restante da manhã e no período da tarde.

 

Avaliação e edições futuras

Andrea Guirra, presidente da Associação Rede de Frente, afirmou que o evento atende em média 600 pessoas, mas que a maior variedade de serviços ofertados neste ano pode aumentar esse número. Guirra agradeceu os parceiros das faculdades Cathedral, Univar e Anhanguera, mas destacou a multiplicidade de aliados da entidade e citou a instituição de promoção do combate ao câncer Barra Mama, que também ofereceu orientações para o público no local.

A presidente explicou que a escolha do local aconteceu devido ao hábito de buscar o CREAS que as mulheres já possuem, mas que não garante o acesso a todos os serviços públicos e orientações necessárias que a Rede de Frente pode oferecer. “A gente quer plantar uma sementinha na mulher”, justificou, ao explicar que o objetivo também é divulgar os serviços pertinentes ao público.

O evento do dia 29 de março teve início às 08h30 e se encerrou às 17h, mas essa não foi a última edição do programa Rede Mulher. Neste ano, mais dois eventos desse tipo estão previstos, um em junho, a ser realizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Nova Barra, e outro em outubro, no Centro Social Urbano (CSU) de Pontal do Araguaia. 

 

Matheus Pacheco

II Corrida Maria da Penha – Pelo fim da violência contra a mulher – ocorreu em Barra do Garças

Largada das mulheres que participaram da II Corrida Maria da Penha no último sábado (09), em Barra do Garças-MT.

Das/os 340 atletas inscrições para a II Corrida Maria da Penha, 328 correram no sábado, dia 09/03, em Barra do Garças-MT. As inscrições foram abertas no dia 1° de dezembro de 2018, encerrando-se em 27/02/2019. A novidade deste ano foi o chip que cada participante recebeu para o monitoramento do tempo, com resultado imediato ao passar pela linha de chegada.

Além disso, a II Corrida Maria da Penha recebeu o Permit Bronze da Federação de Atletismo de Mato Grosso. Vale ressaltar que, o nome da Corrida foi autorizado pelo Instituto Maria da Penha.

O evento é uma das ações promovidas pela Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia, neste ano com a parceria da Unimed Araguaia, e apoio da Federação de Atletismo de Mato Grosso, UFMT/CUA – Curso de Educação Física e Associação de Atletismo de Barra do Garças.

A corrida teve um percurso de 5 km, com largada e chegada em frente à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Barra do Garças.

As inscrições ficaram entre R$ 20,00 a R$ 30,00, do primeiro ao terceiro lote, sendo que  30% do valor arrecadado será doado para a entidade Barra Mamma (Associação de combate ao câncer de mama e outros),  e o restante será utilizado nas atividades da Rede de Frente.

A energia das corredoras e corredores e do público presente estava contagiante. Foi uma festa linda de se ver, em que todos correram juntos pelo fim da violência doméstica. E  mais, puderam se deliciar num hiper café da manhã servido à todas/os participantes do evento.

Rosilene Alves de Oliveira, com o tempo de 18m13s, foi a grande campeã da categoria feminina – ela pertence à equipe Tornado, de Brasília (DF). No geral masculino, o título ficou em Barra do Garças – André Ramos de Souza concluiu o trajeto em 14m52s. Veja fotos abaixo:

Os cinco melhores corredores no geral (feminino e masculino) e as/os três melhores de cada categoria (14-19 anos, 20-29 anos, 30-39 anos, 40-49 anos, 50-59 anos e 60 anos ou mais) dividiram a premiação total de R$ 16 mil reais. Sendo que, todas/os as/os corredores receberam medalha de participação.

A Corrida Maria da Penha suscita a conscientização e a sensibilização da sociedade para o combate diuturno contra a violência de gênero e doméstica. Trata-se de trabalho proativo, preventivo e extrajudicial de solução de conflitos, e por isso tem o apoio da sociedade local. Sabe-se que apenas a aplicação de penas aos agressores não é suficiente para diminuir os índices de violência contra a mulher. E nessa Segunda edição contou com a participação de corredoras/es de várias cidades e Estados do Brasil.

Instituições parceiras

Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública do Estado de Mato

Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Município de Barra do Garças

e Pontal do Araguaia (Secretarias Municipais de Saúde, de Educação, de

Assistência Social e Turismo), Coordenadoria de Saúde Mental, Vigilância

Epidemiológica Municipal, CRAS(Centro de Referência de Assistência Social),

CADÚNICO(Cadastro Único para Programas Sociais), CREAS(Centro de

Referência Especializado de Assistência Social), CAPS-AD(Centro de Atenção

Psicossocial-Álcool e Drogas), SEJUDH/MT (Secretaria de Estado de Justiça e

Direitos Humanos), Secretaria Estadual de Educação/Assessoria

Pedagógica, Secretaria Estadual de Saúde/Escritório Regional de Saúde-

BG, SAE/CTA(Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e

Aconselhamento), GML (Gerência de Medicina Legal), Politec(Perícia Oficial

e Identificação Técnica), Centro Universitário do Vale do Araguaia,

Faculdades Cathedral, Faculdade Anhanguera, Universidade Federal de

Mato Grosso (Campus Universitário do Araguaia), OAB (Ordem dos

Advogados do Brasil), Barra Mamma (Associação de Voluntários no Combate

ao Câncer em Barra do Garças e Região), Conselho Tutelar, Conselho

Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho

Municipal dos Direitos da Mulher, Conselho da Comunidade, UNIMED

Araguaia Cooperativa de Trabalho Médico, Boticário, Level Up Idiomas e

Delta Express/Garçastur Transportes.

A Comissão Organizadora agradece a todas e todos as/os participantes do Evento II Corrida Maria da Penha e reafirma o compromisso de continuar junto com o atletismo pelo fim da violência contra à mulher.

Em 2020 à Rede de Frente pretende abrir maior número de inscrições para que mais pessoas possam participar da Terceira Corrida Maria da Penha, objetivando ampliar a união das/os atletas ao combate à violência contra a mulher.    

Confira os resultados da prova:

Feminino: http://www.chiptiming.com.br/resultados/detalhes/2725380097

Masculino: http://www.chiptiming.com.br/resultados/detalhes/2725380096

Segunda Corrida Maria da Penha sucesso total de inscrições

A Segunda Corrida Maria da Penha colocou a disposição das/os atletas e público em geral o montante de 300 inscrições, sendo que no último dia, 27/02/19, ainda foram disponibilizadas mais 40 vagas, sendo todas preenchidas e deixando várias pessoas com o desejo de se inscreverem. Assim, no dia 09/03/19, contaremos com 340 corredores/as que abrilhantarão o grande evento.

Contudo, quem não conseguiu se inscrever não precisa ficar triste, pois logo após a Corrida teremos a Caminha de conscientização pelo fim da violência doméstica contra a mulher, com um percurso de 1,5km. Nesta todas/os poderão participar, sem necessidade de prévia inscrição, e de forma gratuita. Para as/os interessadas/os, teremos camiseta da Segunda Corrida Maria da Penha para venda no local do evento.

Venham! Participem! Corram e caminhem pelo fim da violência doméstica. Unidos/as somos mais fortes. Acreditem e confiem.

Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica lança álbum Meu Corpo, Minha Voz, Meu Direito

Será realizado nesta quinta-feira (14), às 19h30, no Boulevard Buffet, em Barra do Garças, o lançamento do álbum “Meu Corpo, Minha Voz, Meu Direito”, resultado da I Mostra Estudantil de Música. O projeto é uma realização da  Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia – Rede de Frente; Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Barra do Garças.

O projeto contou com a participação de quinze instituições de ensino públicas e privadas do município de Barra do Garças e do Centro de Atendimento Socioeducativo, tendo como objetivo fomentar, dentro dos ambientes escolares, a discussão e a reflexão sobre a violência contra as mulheres, crianças e adolescentes.

Com o tema “Meu Corpo, Minha Voz, Meu Direito”, o projeto desenrolou-se em três etapas, iniciando-se pelas audições dos candidatos inscritos; passando pelo desenvolvimento das músicas com os participantes selecionados e culminando na apresentação pública realizada na arena do Porto do Baé, em dezembro de 2018.

O CD contém a música tema do projeto e as dezesseis produções musicais dos alunos participantes